A Doutrina Bíblica Da Separação

(Separação, separação secundária, a percepção do Dr. Martyn Lloyd-Jones, adoração contemporânea, mundanismo e acomodação cultural são os tópicos deste artigo. Veremos também como a “mídia de comunicação” pode arruinar a mensagem).

É certamente um dever cristão vital que crentes se separem e se afastem de falsos mestres que negam os elementos fundamentais da fé. “Não se misturem com eles”, diz o apóstolo Paulo (veja 2 Coríntios 6.14), “não se associe”! Um número completo de referências bíblicas está no final do artigo. Esse dever de separação tornou-se conhecido como a doutrina da separação.

Todavia, há pastores e congregações de caráter verdadeiramente bíblico que, no entanto, estão ligados a denominações apóstatas, onde a grande maioria dos membros são pessoas que rejeitam o verdadeiro Evangelho, como é o caso da Igreja da Inglaterra (Anglicana) e da Convenção Batista Inglesa.

Algumas vezes, nessas denominações ou associações, pastores evangélicos e o clero anglicano operam realmente de modo “independente”; mas normalmente o que acontece é que as denominações cooperam entre si através de seus líderes e colegas de ofício, e nesse âmbito há pessoas que muitas vezes negam os fundamentos da fé. E, ao fazer isso, eles ignoram e repudiam o dever bíblico claro de separação do erro. Eles reconhecem e também trabalham junto com aqueles que o Senhor chamou de “lobos em pele de ovelhas”.

É CORRETA A SEPARAÇÃO SECUNDARIA?  

A pergunta se levanta: “como crentes evangélicos que obedecem ao chamado divino para separação do erro devem tratar outros amigos evangélicos que se recusam a separar-se do erro?” Deveriam eles manter completa comunhão com estes, ou afastarem-se dos que desobedecem ao chamado divino à separação? Esta última postura é chamada de separação secundária.

No passado, igrejas independentes, Igrejas Batistas Particulares (Reformadas) e as Assembleias dos Irmãos na Inglaterra, mantinham, praticamente todos eles, embora com grande pesar muitas vezes, que a separação secundária é também nosso dever. Mas nos dias de hoje, ouvimos pastores dessas mesmas igrejas dizendo que não creem na separação secundária. Alguns querem mesmo chamar isso de “hyper-separação”, e fazer essa postura soar como algo severo e desamável. Temos mesmo ouvido essa postura ser chamada de “o pecado da cisão”.

Não se deve esquecer que na Bíblia o dever da separação, seja primária ou secundária, é posto sobre nós pela infinita bondade de Deus. Para longe de ser algo desamável, esse é um dever que na verdade preserva o Evangelho e protege a igreja. É designado por Deus como instrumento para nossa benção e poder. É para nos proteger de milhares de ciladas e angustias.

SEPARAÇÃO COM CRITÉRIO

Uma das razões porque alguns pastores recuam da separação secundária, é que eles parecem desperceber que essa separação deve ser exercida com critério e discernimento, no espírito de 1 Coríntios 16.14: “todas as vossas coisas sejam feitas com amor”. (Paulo diz isso imediatamente após exortar a estar firme na fé, ou estar firme em favor da fé).

Se em certa denominação um pastor está aberta, voluntariamente e ativamente cooperando com falsos pastores e líderes (falsos mestres), nós não deveríamos ter qualquer comunhão com ele. Mas se este homem está afligido e entristecido pelo comportamento de seus colegas nessa denominação ou associação, e ele protesta e argumenta com eles, testemunhando da verdade, e declina o convite de cooperar com tais, então devemos respeitar esse pastor, e sermos indulgentes com ele mostrando caridade. Talvez ele nunca considerou sua própria posição, e o fato de que deveria afastar-se do meio do erro. Certamente que devemos o reconhecer como um irmão, ter comunhão com ele privadamente, orar por ele e persuadi-lo, se pudermos, a deixar aquela denominação ou associação.

Todavia, estaríamos inaptos a compartilhar uma plataforma com ele, ou convidá-lo para pregar, porque isso seria endossar sua denominação apóstata e confundir o povo de Deus. Mas pessoalmente não nos afastaríamos dele do mesmo modo que faríamos com um pastor evangélico abertamente desobediente que coopera com os falsos mestres de sua denominação. 

Judas 22 expressa tolerância mesmo na repreensão, “E apiedai-vos de alguns, usando de discernimento”, ou (nesse caso) distinguindo entre os níveis de envolvimento com o erro.

Anos atrás havia muitos “inconformados” dentro de denominações apóstatas. Eles permaneciam firmes pela verdade de modo distinto e se opunham ao falso ensino. Há poucos como aqueles nos dias de hoje, mas onde quer que os encontremos nós os admiramos, e temos calorosa comunhão com eles, ainda embora consideramos sua posição de permanecer nessas denominações como algo ilógico.

DR. MARTIN LLOYD-JONES A RESPEITO DA SEPARAÇÃO

Em tempos recentes o protesto foi levantado contra a separação secundária, afirmando que se trata de um ato de extremismo. Este escritor, por exemplo, tem sido apontado como alguém que em sua crítica está indo além do próprio Dr. Martin Lloyd-Jones (1899-1981), o famoso pregador da Capela de Westminster de Londres, que conclamou os evangélicos a deixarem denominações apóstatas. Alega-se que o Dr. Lloyde-Jones opôs-se a separação secundária, ao dizer: “se eu estou convencido que uma pessoa é meu irmão eu vou permanecer com ele. Eu não me separarei dele… nós nascemos de novo pelo mesmo Espírito e para dentro da mesma família… eu não me separo de meu irmão (Unity in truth, pg.120-121).

No entanto, o Dr. Lloyde-Jones não estava falando a respeito de separação secundária naquela citação, mas sim a respeito de união entre evangélicos que haviam deixado denominações apóstatas. Seu sonho e esperança era que todos os evangélicos britânicos separassem-se do erro e se unissem em uma nova denominação. Nem todos foram entusiastas com a ideia, alguns mesmo dizendo a ele: “somos Batistas e não podemos nos unir a pedobatistas”; enquanto que outros disseram “somos Calvinistas e não nos uniríamos com arminianos”. Dr. Lloyd-Jones estava apelando para essas pessoas e disse que não se separaria de seu irmão, e que eles também não deveriam. Ele não estava falando a respeito de separação de evangélicos que em suas denominações cooperavam com não evangélicos, pois ele advogava tal separação. Ele estava apelando por união entre aqueles que haviam rompido com suas denominações. Ele sentia que eles deveriam colocar de lado suas convicções a respeito de batismo e as doutrinas da graça, e assim por diante, pelo bem da unidade.  

DR LLOYD-JONES E BILLY GRAHAM 

Para provar este ponto, recordamos a maneira que o Dr. Lloyd Jones recusou-se a trabalhar com Billy Graham, e este é um exemplo significativo de separação secundária. Em 1963 o evangelista Billy Graham pediu ao Dr. Lloyd-Jones para presidir o Primeiro Congresso Mundial sobre Evangelismo (eventualmente realizado em Berlin em 1966; predecessor da Conferencia de Lausanne). O Dr. Lloyd-Jones disse a Billy Graham que se ele parasse de ter liberais e Católicos Romanos em sua tribuna, e deixa-se de lado o “sistema de apelo” ele daria suporte e presidiria o Congresso.

Billy Graham não alteraria suas perspectivas, e assim Dr. Lloyd-Jones recusou endossar ou recomendar ou mesmo trabalhar com ele. Sem dúvida o encontro entre eles foi conduzido de maneira cortes (perdurou por três horas) mas o resultado foi uma aplicação firme da separação secundária.

Dr. Lloyd-Jones adotou a mesma atitude para com as cruzadas evangelísticas de Billy Graham em Londres.  Ele tomou uma posição firme, e declarou publicamente, que ter unidade visível ou pública com aqueles que se opõe a questões essenciais da salvação seria pecaminoso. (Ele também cria que o “sistema de apelo” era uma fonte de engano em massa, e de dano a igrejas).

Apesar do grande prestígio de Billy Graham junto a maioria dos evangélicos, o apoio entusiástico da imprensa secular, o fato de que seu nome era uma referência, e apesar do lugar significativo no meio evangélico que ele oferecia ao Dr. Lloyd-Jones, este permaneceu firme em seus princípios bíblicos , e declinou todos os apelos. Ele não elogiaria ou trabalharia com Billy Graham. Isso é verdadeira lealdade a Palavra de Deus, e uma atitude protetora para com a congregação.

Bem, no que diz respeito à separação secundária, este escritor está cônscio que sua posição não vai além da posição do Dr. Lloyd-Jones; (embora eu não compartilhe com aquele grande homem em seu entusiasmo posterior por uma nova denominação evangélica).

C. H. SPURGEON A RESPEITO DA SEPARAÇÃO SECUNDÁRIA


Em um famoso sermão, C. H. Spurgeon mostra com as seguintes palavras a mesma posição que mantemos aqui: “Para que não aconteça de frustrar meu testemunho eu abertamente me apartei daqueles que se desviam da fé, e mesmo daqueles que se associam com eles” (Metropolitan Tabernacle pulpit 1888, N.2047). Dr. Lloyd-Jones era da mesma opinião, mas ambos exerceram uma discrição terna.

Algumas vezes temos ouvido dizer que não há texto na Bíblia que requeira a separação secundária; mas essa é uma asseveração assombrosa. Em uma primeira instância, os muitos textos que comandam separação primária são enfáticos, insistentes, obrigatórios, e imperativos, mostrando o grande mal de rejeitá-los. Eles são categóricos e absolutos. Eles são compulsórios e não meramente permissivo. Desobediência certamente põe um crente sob a categoria de uma pessoa que “anda desordenadamente” e não em linha com as instruções dos apóstolos. Para tais pessoas as palavras de 2 Tessalonicenses 3.14  são aplicadas: “Mas, se alguém não obedecer a nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe”

Em uma segunda instância as palavras solenes de Apocalipse 18.4 expressam um princípio profético profundo: “…”Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados” . Em 2 João 11 aprendemos que aquele que expressar mesmo uma benção para um falso pregador é um participante em seus feitos maus. Deus atribui culpa aquele que não se separa, e nós não podemos empurrar essa verdade para o lado.

No final das contas, aqueles que permanecem em denominações apóstatas contribuem (seja esse seu objetivo ou não) com a vitória dos inimigos do Senhor. Vemos isso no declínio histórico de uma denominação evangélica que um dia foi uma grande denominação .

Neste artigo temos chamado de “um grande mal” a desobediência aos textos bíblicos sobre separação. Mas o Dr. Lloyd-Jones de fato chamou tal desobediência de pecado. Estas escrituras certamente requerem de nós a separação daqueles que reconhecem e dão assistência a falsos mestres.

Alguns estão inquietos quanto a separação secundária porque eles creem que nós temos um dever de promover a união entre as igrejas, e de que isso está em linha com a oração sacerdotal do Senhor em João 17. Essa questão será respondida em um arremate final a esse artigo, mas primeiro precisamos considerar outra base importante para a separação.

SEPARAÇÃO DE EVANGÉLICOS MUNDANOS


O dever bíblico de apartarmos de certos evangélicos aplica-se não somente a falsos mestres e aqueles que os auxiliam, mas também de evangélicos que promovem condutas pecaminosas, mundanas e prejudiciais. Essa categoria de separação inclui aquelas pessoas que cometem ofensas sérias, tais como imoralidade e os outros pecados que nos impele a separação, como os registrados em 1 Coríntios 5.9, 11 e 13, e em outras partes. Mesmo associações esportivas profissionais excluem aqueles que levam sua causa ao descredito moral.

Conduta mundana e prejudicial certamente inclui linguagem chula como: praguejar, e xingatórios, desrespeito grosseiro a pessoa de Cristo ou a Escritura, insinuações ou alusões sexuais, ou pornografia verbal. Há pregadores hoje reivindicando serem evangélicos sãos, mas que trazem grande descredito ao testemunho cristão por causa de comportamentos como esse; e não podemos de maneira alguma endossá-los. É realmente espantoso que alguns evangélicos deem suporte e enalteçam tais pregadores. Talvez reivindiquem serem são e reformados em suas doutrinas, mas de fato, por meio de suas condutas, eles negam um elemento fundamental da Fé cristã: dizendo, com efeito, por suas ações, que no final das contas Deus não é santo; Ele não se importa com embriagues, xingamento, vulgaridade e exibicionismo mundano! De fato, como se Ele desfrutasse em assistir Seu povo se exceder.  Essa é a declaração confessional de suas vidas

Então, há um problema enorme referente a outras formas de mundanismo intencional. Quem pode avaliar que tamanho dano o mundanismo está causando as igrejas de Cristo? 

SEPARAÇÃO DO RAP E DO ROCK

Quem há apenas 20 anos atrás, teria imaginado que o Rap, com todas as suas associações culturais degradadas seria usado na adoração e aplaudido por algumas igrejas Reformadas? Um dano incalculável é causado, reverência é abandonada, a mensagem distorcida pela cultura, e os jovens são privados de qualquer distinção entre a igreja e o mundo.

Com muita frequência, tais coisas pecaminosas primeiramente permeiam e então dominam a adoração trivializada e de conformidade com o mundo dos dias de hoje; e isso, porque pastores pensaram que se distanciassem a si mesmos destas coisas seria falta de amor. Por consequência o rebanho é logo aleijado, santidade atrofiada e o amor por Cristo dá lugar a auto indulgência e entretenimento.

Foi vagarosamente que em 1960 a nova e gigantesca invasão de mundanismo começou, mas a escala que se encontra hoje não foi alcançada senão por volta dos anos de 1990, muito tempo depois do ministério do Dr. Lloyd-Jones, E J Poole-Connor, e outros notáveis que em seus ministérios também faziam advertências protetoras. Eles não advertiram do mundanismo extremo dos dias de hoje porque tal simplesmente não tinha surgido. De fato, nada do tipo tem sido visto em toda a história da igreja cristã. Os jovens de hoje não fazem idéia o quanto a cultura da igreja se tornou conformada com a cultura de um mundo carnal.

Expor o erro nunca é um ato de cisão, nem disciplinar pecados óbvios, ou colocar-se aparte de influências prejudiciais.

A MÍDIA É A MENSAGEM


Há em nossos dias, alguns pregadores que possuem boa habilidade de apresentação junto com personalidades carismáticas, e eles dizem que querem ver almas salvas, mas são pregadores que erradamente uniram à mensagem do Evangelho a ameaça do rock pesado, rap, e outros métodos manchados pelo pecado. É errado dizer que a crença deles no Evangelho, e seu desejo de ganhar almas é tudo o que nós deveríamos nos preocupar.  

A frase cunhada em 1964 pelo filósofo Marshall McLuhan é verdadeira: “a Mídia é a mensagem”. O que ele quis dizer através desta frase foi que, a maneira de comunicar influencia emolda profundamente a percepção do ouvinte sobre a mensagem. Por exemplo, o pregador fala sobre a santidade de Deus e do pecado do homem, da morte substitutiva de cristo, de arrependimento e de fé, mas o pecador observa a cultura, e a maneira parca de vestir-se daqueles que conduzem o louvor, e também o estilo de música emprestado de pessoas mundanas que desenvolveram tais estilos para proclamar imoralidade e autoindulgência.

Consequentemente ele percebe que a mensagem está dizendo algo como: “você pode continuar a desfrutar dos aspectos pecaminosos do mundo, e ainda assim Cristo te levará para o Céu.” Desse modo, o Evangelho é distorcido e transigido. De fato, o grau de manipulação aplicada para se conseguir uma resposta ao Evangelho, causa muito maior distorção à mensagem que o próprio sistema de apelo com o qual o Dr. Lloyd-Jones recusou-se a cooperar.

TEXTOS SOBRE O DANO CAUSADO AO EVANGELHO

Os danos sérios trazidos ao Evangelho fazem com que seja necessário que nos apartemos desse tipo de evangelismo mundano e danoso, não importa a força do apelo que aqueles pregadores transigentes fazem em seu favor.

Fazendo referência a seu próprio ministério e de seus companheiros, Paulo fala a respeito de “não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado” (2 Coríntios 6.3). Em outras palavras, nós não colocamos nenhum obstáculo no caminho de ninguém, para que assim ninguém tropece por nossa causa, nem nosso ministério seja culpado. Nada deve ser permitido a desacreditar o Evangelho, torcê-lo, nega-lo ou leva-lo ao descrédito.

A passagem de 2 Coríntios segue a diante mostrando como os trabalhadores do Evangelho são aprovados e autenticados por virtudes tais como: paciência e pureza, e pela Palavra da Verdade e o poder do Evangelho. A acomodação do mundanismo com o Evangelho é biblicamente condenada e não advogada.

O Senhor Jesus Cristo não ensinou que o Evangelho poderia ser recomendado através de mundanismo patente, muito menos por insinuações imorais e vulgares. Ao contrário, “assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5.16).

Paulo disse que sofreria qualquer coisa para não por “impedimento algum no evangelho de Cristo” (1 Coríntios 9.12). Nós devemos ser “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo; retendo a Palavra da vida” (Filipenses 2. 15-16).

A adoção ou imitação deliberada de música e vestimenta associada com o pecado e impiedade constitui-se uma deturpação alarmante do Evangelho, e nós não devemos cooperar com isso.

Paulo repetidamente da exortações referentes a  piedade “para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados” (1 Timóteo 6.1). À Tito é dito que viva uma vida que seja “exemplo de boas obras”, com “linguagem sã e irrepreensível que não pode ser condenada”, (Tito 2. 1-11). É através de boas obras distintas que o Evangelho é autenticado, (1 Pedro 2.12), e não pelo conformismo ao estilo de vida de um mundo pecaminoso. Não importa quão sã seja a pregação do Evangelho, ou quão zelo e sério o pregador, a “mídia” isto é: o meio de transmitir a mensagem, poderá distorcer a mensagem, fazendo dela uma licença para o pecado, e não uma libertação do pecado.

Percebemos o erro contido nos resultados obtidos por muitos daqueles que empregam os novos métodos que estão de acordo com o mundo. Qualquer um pode assistir os clips de internet das principais conferências de jovens de nossos dias, onde jovens, imoralmente vestidos, em sessões de louvor regado a “rock cristão” comportam-se exatamente como o mundo se comporta. O Evangelho pregado não os trouxe para fora do mundo!

Nós também ouvimos a respeito do ritmo colossal de afastamento de jovens da piedade em igrejas que buscam essas coisas. Temos ouvido de congregações lotadas de estudantes, onde quase nenhum destes continua a andar com o Senhor após sua graduação. É nos informado, por trabalhadores do Reino de Deus preocupados, que servem em uma mega igreja bem conhecida que usa métodos contemporâneos, a respeito de como poucas pessoas ali realmente conhecem a salvação e vivem vidas dedicadas a santificação e o serviço do Senhor.     

SEPARAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE SATANÁS

Quando Satanás inspirou o movimento chamado Católicos e Evangélicos juntos no final dos anos de 1990 nos EUA, um grande número de igrejas evangélicas rejeitou a proposta. Satanás descobriu que tentar unir crentes bíblicos com Católicos Romanos a partir de uma base doutrinária fora um passo muito longe e muito precipitado. Sua campanha seguinte contra as igrejas parece ter sido então acelerar a promoção da adoração contemporânea e estilos de vida mundanos, em uma primeira instância fazendo isso de um modo moderado, mas conduzindo esse movimento a solidificar-se mais rápido. Talvez Satanás tenha visto que uma vez que Católicos e Evangélicos adorem todos da mesma maneira, então eles não veriam mais nenhuma diferença entre si. Quem pode dizer a onde essas coisas chegarão? Quem pode dizer quanto dano já foi causado?

Se somente déssemos ouvidos as direções de Deus, em sua ternura protetora e preservadora, e nos colocássemos à parte de coisas mundanas e danosas! Separação secundária significa apartar-se mesmo de crentes bíblicos quando eles fazem coisas que causam injuria e mutilam o Evangelho e as igrejas.

Como já uma vez mencionamos, nos separamos com discrição. Se um pregador ou igreja está empregando material contemporâneo apenas em uma pequena escala, nós preferiríamos muito mais apelar e persuadi-los, do que quebrar a comunhão. 

Se toda via, a percussão e os decibéis já estão ali com toda a manifestação do mundanismo, não podemos operar juntos. Tiago 4.4 pesa sobre a situação: “portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. 2 Tessalonicenses  3. 14-15 deve ser honrado: “Mas, se alguém não obedecer a nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão.” Certamente que admoestamos os trabalhadores do campo do Senhor que se desviam do caminho, como a um irmão, mas as palavras chaves permanecem: “não vos mistureis com ele”.

A advertência solene de Paulo em 1 Coríntios 3.17 que ninguém deve causar dano a igrejas deveria acautelar a nós todos: “Se alguém destruir  templo de Deus , Deus o destruirá; porque o Templo de Deus, que sois vós, é santo.”

Permita-me dizer a pastores, presbíteros e diáconos: nós temos uma escolha! Ou nós mostramos bondade incondicional, proteção e solidariedade para com o ofensor, ou nós mostramos isso para com o Evangelho e nossas congregações. Ou nós comendamos um ou comendamos o outro. Qual iremos abraçar? Nenhum pastor ou oficial da igreja pode ser verdadeiramente leal a Palavra e protetor do rebanho de Deus sem a prática bíblica da separação secundária, aplicada com toda a discrição sensível e caridosa.    

[veja a página final para os textos sobre separação bíblica].  

EXISTE O DEVER DE BUSCAR-SE A UNIDADE ENTRE IGREJAS?

Alguns pastores hesitam quanto à separação secundária porque foram persuadidos que eles têm uma obrigação bíblica sobre seus ombros de expressarem unidade evangélica entre igrejas. Eles têm entendido a oração de Cristo “para que todos sejam um”, como referência ao desejo de uma associação formal entre igrejas. Mas no Novo Testamento o Senhor não requer unidade terrena humanamente organizada. Não há qualquer sinal de tal coisa na igreja modelo do Novo Testamento.     

A unidade a respeito da qual Cristo orou foi um fenômeno espiritual, e sua oração foi por inteiro respondida no momento que Ele a orou. Cristo orou pedindo que seu povo fosse unido em Si mesmo, Ele próprio sendo o eixo da roda, e seu povo os raios; e que embora seu povo nunca se encontre entre eles aqui na terra, estariam de toda forma unidos em semelhança a Cristo, nas doutrinas fundamentais, em sua maneira de pensar, em seu anseio por santidade, em seu serviço no Senhor, em seu amor por Ele, e em esperar por Seu retorno.  

Ele orou que o seu próprio povo, comprado por seu sangue, embora desconhecido uns dos outros, alguns em vilas remotas e isoladas do Himalaia, outros na hostil Coreia do Norte, ou Somália, ou no chamado mundo livre, compartilhassem de uma dependência comum dele, e tivessem o mesmo testemunho no mundo.

Nós expressamos essa unidade spiritual quando quer que podemos, e de muitas maneiras não denominacionais ou associativas. Se a oportunidade se levantar, ficamos bastante satisfeitos em nos encontrar, ou enviar auxílio para aqueles em aflição, sejam Calvinistas ou Arminianos, Batistas ou Presbiterianos. Unidade não é uma questão de pertencimento a uma sociedade terrena, uma denominação ou associação, uma vez que a única unidade como essa no Novo Testamento é a congregação local ou particular de cada igreja.

Spurgeon disse um dia, que cada congregação é como um barco do Evangelho, livre para navegar ao lado de outros barcos do Evangelho de mesma mente, para dar assistência necessária; mas não lhes é exigido corsear os oceanos reunidas juntas e atadas por cordas.

Não temos qualquer instrução bíblica para formar uma organização terrena. Quando quer que tais coisas tenham sido tentadas, elas fizeram bem por algum tempo, mas então se corromperam e se tornaram um canal de infecção de igrejas com todos os tipos de erros. Essa é a história das principais denominações históricas.

Nós vemos isso se desdobrar em nosso país em meio a grupos de igrejas sãs, onde a liderança, nesse momento promove ativamente adoração e estilos de caráter contemporâneo extremado, gradualmente transformando o caráter das igrejas membras.

Em tempo, tais associações entre igrejas, parece atrair para sua liderança, um fatal número de pessoas que buscam influência para promover suas próprias agendas de propósitos para a igreja. O gênio Divino da Bíblia, na verdade não conclama tais associações, e assim sendo não há obrigação sobre igrejas para buscarem afiliações em tais associações ou convenções de igrejas. A Palavra de Deus não requer tal associação, o Evangelho não precisa dela, e amor, comunhão e auxílio para com outros pode ser expresso de um modo muito melhor sem elas.    


TEXTOS PARA A SEPARAÇÃO BÍBLICA


A natureza obrigatória, insistente e imperativa dos comandos demonstrados nesses textos, ensina-nos quão grande erro é rejeitá-los, e porque o princípio de 2 Tessalonicenses 3.6 e 14 deve tomar seu curso em direção aqueles que o rejeitam.

2 Coríntios 6.14-18
Gálatas 1.8-9
Efésios 5.11
Romanos 16.17
2 João 6-11
2 Tessalonicenses 3.6 e 14
Tito 3.10
1 Timóteo 1.18-20, 5.22, 6.3-5
2 Timóteo 2.16-21
2 Timóteo 3.5
2 Crônicas 19.2
Apocalipse 18.4
Referências para separação do mundanismo e de práticas danosas
Tiago 4.4
1 Joao 2.15
Gálatas 1.4
Joao 17.13-16
Romanos 12.2
Efésios 5.8